Um Centro de Interpretação da Argemela, com validade científica e modernidade ao nível da exposição e animação
Com a proposta apresentada a Arpaz pretende dotar o edifício com um novo uso, restituindo-lhe funcionalidade: um Centro Interpretativo da Argemela. Este centro inclui, entre outras, atividades de investigação, inventariação, documentação, conservação, interpretação e exposição de diversos bens culturais, nomeadamente etnográficos, históricos, técnicos, e.t.c, relacionados com as rotas do Volfrâmio durante a Segunda Guerra Mundial, conferindo a esta iniciativa fins lúdicos e educativos a bem dos cidadãos.
Um Centro de Interpretação da Argemela, com validade científica e modernidade ao nível da exposição e animação, pode tornar-se em mais um fator de promoção da autoestima dos habitantes e gerar sinergias de emprego e aumentar a escala dos equipamentos concelhios e próximos já disponíveis, na região, a turistas e visitantes: o centro interpretativo da cereja, o museu do queijo, o centro interpretativo do bombo, o centro interpretativo do barro. Além disso, será um valioso contributo para a estratégia de dar visibilidade e valorização à Rota Europeia das Minas de Volfrâmio Abandonadas.
Na freguesia do Barco, que hoje parece definhar irremediavelmente, seja pela diminuição e envelhecimento da população, seja pela ausência prática de atividades económicas significativas, há registos, documentos e memória histórica de um tempo diferente. Um tempo a que corresponderam décadas de extração febril de minério (volframite e cassitrite, v.g.,), por um processo local único, “O Salta e Pilha” (ou seja extrações não autorizadas, feitas durante a noite, em filões) e em duas explorações mineiras legalizadas (A Companhia Inglesa, na serra da argemela, e a Companhia Alemã).
O processo inclui uma característica que, por si só, merece ser coligida, sistematizada, documentada e interpretada. Essa característica é o facto de na mesma aldeia coexistiram, durante o período anterior à Segunda Guerra Mundial e até ao fim da Guerra da Coreia, duas área mineiras, à vista uma da outra, separadas por cerca de dois quilómetros, e que as autoridades do Estado Novo autorizavam, numa política dúbia de neutralidade ou germanofilia.
Esse tempo, os anos 40, 50 e 60 do século passado, é também o do auge populacional e da produção dos signos musicais, da memória local, da evolução dos usos e costumes e da arquitetura local.
É a interpretação atualizada desse período, por processos audiovisuais e mediatizados, que pode servir de renovador não só de espaços e edifícios da Aldeia, como das tradições e da história.
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